A história nos mostra, remontando os primórdios, a importância social que
teve o jumento, como é sabido, até o menino Jesus foi transportado no lombo desse
singelo animal, na oportunidade o mesmo foi “benzido” e recebeu o sinal da cruz
nas costas. Em uma época mais recente, o jumento foi o principal responsável
pelo desenvolvimento socioeconômico do nordeste brasileiro, era a principal
tecnologia utilizada na construção de açudes, estradas, barragens, na produção
da cera de carnaúba, na lida diária junto ao agricultor servindo inclusive de
montaria.
Era o trator arando a terra, a caçamba que transportava o barro, o rolo
pressor na compactação de barragens, era o automóvel da família, inclusive como
muito bem falou o poeta Padre Vieira em seus versos interpretado por Luiz
Gonzaga “O Jumento é nosso irmão, o maior
amigo do sertão”. Hoje nos tempos modernos, o Jegue está praticamente abandonado
a própria sorte, pois, com o avanço tecnológico, há muito este, vem perdendo sua
serventia, mesmo assim, ainda há tempo de salva-lo da extinção. É com esta
preocupação que uma emissora de TV do Estado de Pernambuco em parceria com outras
empresas, está viajando por cinco estados do Nordeste, produzindo um
documentário com o tema: O Jumento, sua
importância cultural, socioeconômica e seu risco de extinção, a pesquisa abre
perspectiva de reinclusão do Jumento como ferramenta de trabalho, produção de
emprego e renda, quem sabe voltando a ser destaque na vida social do povo
nordestino.
No litoral do Ceará nosso Jegue virou atração turística, os visitantes
se mostram encantados com a docilidade ao montar no rústico animal; em Morada
Nova, sertão do mesmo estado, o Jumento virou repórter de um programa de rádio,
entrevistando as pessoas ao vivo na feira do feijão, o Repórter Jegue Móvel, conversa com: Agricultores, Poetas, Feirantes,
enfim, com personagens anônimas que transitam na feira, contam seus causos, seus
costumes, seus hábitos, por fim, sua sabedoria matuta, muitas vezes
discriminada.
Algumas empresas da China já sinaliza criar Jumento com o objetivo de
abatê-los, destinando sua carne para o consumo humano, outras empresas utilizam
sua força, considerando sua rusticidade para transportar produtos, visto ser um
animal de fácil manejo, espera-se que em função de sua importância, o Jumento não
venha ser extinto, pois, seria negligência humana.
Em acontecendo, restar-nos-ia mergulhar em remoço, pela ingratidão e falta
de reconhecimento ao Jumento, que tanto serviu ao nordestino. Tenho dito.
Por: Marcos Freitas
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